Guia de Profissões

Engenharia de Energia

A habilitação prepara o profissional para lidar com todos os tipo de energia

O momento de ascensão pelo qual passa a economia brasileira traz como conseqüência o crescimento de novas tecnologias de produção de energia, como é o caso dos investimentos do governo na área de biocombustíveis. Sem contar, é claro, com a caça incessante por novas reservas de petróleo no país. Isso levando em conta ainda as implicações diretas deste processo para o aumento da devastação ambiental.

Todos esses fatores foram fundamentais para a criação de um novo ramo de ensino responsável por formar profissionais habilitados para desenvolver sistemas eficazes de geração de energia, que aliam crescimento econômico e desenvolvimento sustentável. Trata-se da Engenharia de Energia, graduação ainda recente no país, mas com grandes perspectivas de crescimento.

O egresso deste curso estará preparado para lidar com todas as formas de energias, sejam elas renováveis, como a hídrica, eólica e a solar, ou não renováveis, no caso do petróleo, carvão e material radiativo. O engenheiro de energia planeja todas as etapas de utilização da energia, desde o desenvolvimento do melhor sistema até a distribuição.

O profissional pode atuar na administração pública, avaliando as necessidades da região com o intuito de encontrar soluções econômica e socialmente viáveis, criadas de forma sustentável para diminuir ao máximo as agressões ao meio ambiente. Cabe também ao engenheiro de Energia coordenar programas de contenção e uso racional das fontes energéticas.

O setor industrial é o que mais oferece oportunidades de trabalho para esses novos engenheiros. Por isso, os estados com economias baseadas no segundo setor são os mais fortes do ramo, como é o caso da Região Sudeste. Os grandes investimentos em usinas de biodiesel no país também são campos fortes de atuação.

Curso

Na faculdade, o estudante terá contato com as disciplinas básicas da Engenharia, como Matemática, Física, Informática e Economia. Na parte específica, o curso aborda as áreas como eletricidade, combustíveis, potenciais hidráulicos, energia solar, térmica, nuclear e eólica. Os alunos estudam também a legislação e as normas que regulam o setor





Engenharia Industrial Madeireira

Este profissional deve cuidar do desenvolvimento de recursos naturais

Não, este curso não forma marceneiros, e sim um profissional que está sendo cada vez mais requisitado no mercado. A idéia do tema da carreira surgiu a partir de uma disciplina ministrada em Engenharia Florestal, que com uma demanda crescente de maior especialização no assunto foi possível criar uma faculdade independente.

O Brasil tem uma das maiores reservas de madeira do mundo e saber como aliar o desenvolvimento social e econômico respeitando o equilíbrio com o meio ambiente já é motivo suficiente para convencer da importância dessa formação acadêmica. O setor madeireiro e sua cadeia produtiva crescem em níveis nunca antes vistos nas regiões sul, centro-oeste e norte, empregando 9% da população economicamente ativa.

O engenheiro industrial madeireiro trabalha dentro da indústria, de forma a otimizar o processamento da matéria-prima, preocupando-se em aplicar inovações tecnológicas conscientes de modo a não extinguir os recursos naturais. Para isso, o curso se propõe a formar um profissional com domínio na utilização de tecnologia de processamento de produtos florestais.

A faculdade tem duração de 5 anos e sua primeira turma formou-se em 1999 e, segundos dados das universidades, ninguém está fora do mercado. Mais uma prova de que o investimento nessa carreira é promissor e fará a diferença nessa nova etapa mundial de preocupação com o futuro ecológico do planeta.

O profissional formado poderá:

- Atuar em segmentos industriais privados, em nível técnico de responsabilidade;
- Administrar finanças e automação de processos;
- Utilizar técnicas de processamento mecânico de madeira;
- Criar gestão para produção de celulose e papel, indústria de móveis, energia de biomassa, indústria química de tratamento da madeira e
- Atuar no setor público, em institutos de pesquisa e universidades.

As principais matérias vistas ao longo do curso são física, química, mecânica, estatística, anatomia da madeira, termodinâmica, eletrotécnica e energia de biomassa.






Gerontologia

Gerontologia é a promoção da qualidade de vida no envelhecer

Antes de conhecer as atividades deste profissional do futuro é preciso entender a diferença entre Gerontologia e Geriatria. Gerontologia é a ciência que estuda o processo de envelhecimento do ser humano e as formas de promover uma melhor qualidade de vida. Geriatria é a área médica que estuda e trata das doenças típicas das pessoas idosas.

As pessoas com mais de 60 anos de idade atualmente constituem 10% da população brasileira, com tendência a aumentar gradativamente, pois a expectativa de vida desta parte da sociedade vem melhorando todos os anos. O objetivo desse curso é formar profissionais que possam ajudar a melhorar a qualidade de vida dos idosos nos aspectos emocional, físico e social.

Os gerontólogos podem criar e implementar projetos que promovam o bem-estar da população idosa, trabalhando em órgãos públicos na área de assistência social. Este profissional está apto a assistir pessoas de 3ª idade, atuando contra o preconceito e estimulando-as a desenvolver atividades que lhes causem prazer e inserção social.

Grupos específicos como moradores de rua, idosos abandonados pelas famílias, imigrantes e portadores de necessidades especiais podem ser o foco do trabalho do gerontólogo. Hospitais, clínicas especializadas, ambulatórios, centros de saúde e convivência, organizações não-governamentais e casas de família são alguns dos locais onde sua assistência é mais requisitada.

Esse profissional também pode lecionar em cursos específicos de tratamento e cuidado de idosos. As regiões Sul e Sudeste são as que concentram a maior população de pessoas com mais de 60 anos de idade.

O curso de Gerontologia ainda é muito novo e forma sua primeira turma ainda no final de 2008 pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente a expectativa de vida do brasileiro é de 72 anos, segundo o IBGE. Este é um fato que vai abrir ainda mais as portas para este mercado de trabalho. A previsão de salário inicial é de R$ 1.500.

Na faculdade, os estudantes verão matérias como psicologia, epidemiologia, bioestatística, biologia do envelhecimento, alimentação e nutrição, ciclo da vida, sociedade, meio ambiente e cidadania, aspectos sócio-culturais do envelhecimento, processos patológicos no envelhecimento, odontogerontologia e lazer ao envelhecer.







Produção de Música Eletrônica

Além de estilo, a música eletrônica é agora uma profissão

Totalmente absorvida pelos vários públicos e gostos, a música eletrônica é conhecida pela utilização de diversos equipamentos e instrumentos para sua modificação, o que a diferencia dos demais estilos. Apesar do seu aspecto contemporâneo, o estilo começou a ganhar os atuais moldes no início do século passado, com a popularização dos primeiros aparelhos de captação de som, como o fonógrafo.

Diante do grande aparato tecnológico disponível atualmente, os amantes da música eletrônica ganharam novos espaços de atuação e, com criatividade e talento, podem se dar bem na profissão de DJ. Uma graduação tecnológica, ainda recente no mercado, pode ser um diferencial a mais para quem vê no estilo uma profissão.

O curso de Produção de Música Eletrônica já existe em outros países, como na Espanha, onde é oferecido pela Universidade Laureate. A idéia de criar uma graduação específica para a área chegou ao Brasil quando a Universidade Anhembi Morumbi se filiou à rede internacional daquela instituição. O curso foi então implantado em 2006.

De acordo com o coordenador do curso, Leonardo Vergueiro, a universidade percebeu que existia um espaço para a criação da nova área de ensino, já que nosso país é amplamente rico em gêneros musicais. “Ser DJ e produtor de música eletrônica é o sonho de muitas pessoas e ainda não havia uma graduação que possibilitasse a formação completa desse tipo de profissionais”, ressalta o coordenador.

Por se tratar de um país apaixonado por música, o mercado de trabalho é amplo e em ascensão. Além da possibilidade de apresentar como DJ e produtor de música eletrônica para pista de dança em eventos, raves, casas noturnas, entre outros, o profissional pode abrir empresa própria e produzir arranjos, realizar gravações, mixagens e masterizações para músicos e cantores, sonorizar e criar trilhas para filmes, desfiles de moda, websites, etc.

E não é só isso. “O profissional pode trabalhar em emissoras de TV e rádio, produtoras de eventos, produtoras e estúdios de áudio que prestam serviços para os mercados publicitário e cinematográfico”, revela Leonardo. Outro meio que precisa de DJs e produtores são as empresas que fabricam softwares e equipamentos para esses profissionais.

Curso

Com duração de dois anos, o curso prepara o futuro DJ para lidar com as diversas possibilidades de mercado por meio de disciplinas teóricas e práticas. História da Música Eletrônica, Percepção Musical, Linguagem da Música Eletrônica e Teoria de Áudio e Acústica são alguns focos que levam o aluno a trilhar seu caminho na área.

Nos últimos dois períodos de graduação o estudante terá contato maior com a prática, pois estudará Técnicas de Sonorização de Imagens, Masterização e Remixagem. Todas essas matérias são aplicadas por professores que atuam profissionalmente como DJs, produtores de música eletrônica, produtores musicais, historiadores e pesquisadores, músicos compositores.

Infecção urinária: perguntas e respostas

Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre o assunto

O que é infecção urinária? 
Ela é caracterizada pela a presença de micro-organismos na urina. O líquido que enche a bexiga é estéril – ou seja, livre de bactérias. Mas, quando esses bichinhos se multiplicam ao redor da uretra e conseguem se infiltrar no canal da urina até chegar à bexiga, desencadeiam uma infecção. “Em 85 % dos casos, o problema é provocado pela bactéria Escherichia coli, que integra a flora intestinal”, ressalta Fernando Almeida, professor de urologia daUniversidade Federal de São Paulo

Existem tipos diferentes? 
Sim. O mais comum é a infecção na bexiga, a famosa cistite. Mas os micro-organismos também podem atacar os rins, o que é chamado de pielonefrite. 

Quais são os sintomas? 
“Os clássicos são dor e ardor na hora de urinar”, afirma Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Pode haver também um aumento da frequência de idas ao banheiro, sensação de bexiga cheia, sangramento ou um simples mal-estar acompanhado de febre. 

A doença é transmissível? 
“Definitivamente, não”, assegura Fernando Almeida. Mas é mais comum que ela dê as caras depois de relações sexuais, porque o pH da região fica alterado. Entre mulheres que variam muito de parceiro, a incidência é comprovadamente maior. 

Por que esse tipo de infecção é mais frequente em mulheres? 
Elas têm o canal da uretra mais curto e, por isso, é mais fácil as bactérias chegarem aonde não devem. Além disso, elas costumam ter o péssimo hábito de segurar a urina por mais tempo que os homens – um prato cheio para as bactérias se proliferarem. 

Por que algumas pessoas têm o problema com mais frequência? 
Isso envolve fatores hereditários e imunológicos. A atenção com a higiene é essencial, mas a infecção pode aparecer mesmo em quem toma todo o cuidado do mundo. 

Por que as grávidas ficam mais sujeitas a esse tipo de infecção? 
Estima-se que de 15% a 20% das gestantes terão ao menos uma vez esse tipo de infecção. Isso acontece porque, durante esse período, o aumento da circulação sanguínea na região pélvica faz a umidade vaginal aumentar, facilitando a passagem das bactérias do ânus para a uretra. 

Os homens estão livres da doença? 
Não é bem assim. É verdade que esse é um problema tipicamente feminino, mas a infecção também acomete a ala masculina. 

Ela é mais frequente em pessoas idosas? 
Sim. “A resistência diminui com a idade e, no caso das mulheres, há uma queda de hormônios que deixam a região pélvica mais sensível”, diz Eduardo Zlotnik. 

Existe alguma forma de prevenir? 
Segundo Zlotnik, a recomendação é beber muita água para que as idas ao banheiro não fiquem muito espaçadas. “Assim você vai limpando o trato urinário”, explica. Urinar depois das relações sexuais e evitar banhos de imersão também ajudam.


Fonte: Revista Saúde

Festa do caqui

É tempo de CAQUI
Entre março e maio, a fruta empresta suas cores às prateleiras de supermercados, feiras e sacolões. Descubra por que essa delícia de origem chinesa não pode faltar na sua casa



Piedade, Mogi das Cruzes, Itatiba, em São Paulo, e Campina Grande do Sul, no Paraná — nos próximos meses, essas cidades abrem espaço na agenda para celebrar, cada uma ao seu estilo, a festa do caqui. Vai ter barraquinhas, exposições, leilões e até shows de música sertaneja: tudo preparado para homenagear o protagonista desta reportagem, que chegou por aqui só no final do século 19. “No ano passado, reunimos quase 60 mil pessoas”, conta Edson Nakamura, da Associação Cultural Esportiva de Piedade. Quer dizer, apreciadores da fruta não faltam. E, festividades à parte, a boa notícia para toda essa gente — e para você também, claro — é que o caqui está repleto de antioxidantes, substâncias que ajudam a manter as células do organismo saudáveis e a todo vapor. saudáveis e a todo vapor.

A constatação vem de uma área do país onde, por pura ironia, os caquizeiros não vingam — mais precisamente do Departamento de Nutrição daUniversidade de Brasília. Foi lá que a nutricionista Luana Taquette Dalvi testou os efeitos do caqui tipo rama forte no combate aos radicais livres, aquelas moléculas que comprometem as células e podem desencadear um monte de problemas (conheça esse e outros tipos de caqui nos complementos da matéria).

“No laboratório, as moléculas da fruta reduziram em até 90% os danos causados em tecidos celulares”, relata a pesquisadora. Isso significa que, além de saboroso, o caqui nosso de cada outono é um possível aliado na prevenção de placas de gordura nas artérias e males como o câncer.

O benefício só é possível graças a ingredientes como os carotenoides, os pigmentos que dão o tom avermelhado à fruta. “Eles estimulam a comunicação entre as células e controlam a sua multiplicação”, explica a química Délia Rodriguez-Amaya, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Um deles, o betacaroteno — que é o precursor da vitamina A —, afasta os problemas cardiovasculares, protege o sistema imunológico e preserva a saúde dos olhos. “Já o licopeno é mais efi ciente contra o câncer, principalmente o de próstata”, compara a professora.


Fonte: Revista Saúde

O homem de dois corações


Homem vai viver com dois corações após transplante em SP 

São Paulo - Um homem que passou por um transplante vai permanecer com dois corações após a cirurgia, realizada no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Ele recebeu o coração doado de um jovem de 26 anos que morreu em um acidente de moto em Sorocaba, no interior de São Paulo. As informações são do Jornal Hoje. 

O paciente de 53 anos sofria de duas doenças graves: a miocardiopatia dilatada, que é quando o músculo do coração aumenta de tamanho e perde a força para bombear o sangue, e a hipertensão pulmonar. 

Por isso, os médicos optaram por deixar o coração antigo, que ficou responsável por conter a alta pressão de sangue nos pulmões. O novo órgão ficou com a função de bombear o sangue para o resto do corpo. 

Os dois órgãos, que ficam ligados por um tubo, funcionarão de forma simultânea até que o coração transplantado assuma todas as funções. Só então os médicos poderão optar pela retirada do antigo órgão

As informações são do Terra

Um homem de 53 anos recebeu na quarta (4) um novo coração no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A diferença deste para outros transplantes é que ele agora viverá com dois corações lado a lado.

Em 30 anos, essa é a sexta vez que um paciente passa por esse tipo de cirurgia no hospital. O coração sadio foi colocado do lado direito do peito em uma cirurgia que durou cerca de 12 horas e vai auxiliar o coração original a exercer sua função de bombear sangue para os órgãos. 

O procedimento, chamado transplante heterotópico, foi indicado porque o homem sofria há nove anos de insuficiência cardíaca e a doença havia evoluído a ponto de causar hipertensão pulmonar. O novo órgão se comunica com o coração doente pela veia cava e as artérias aorta e pulmonar.

Dessa forma, ele funciona como uma bomba hemodinâmica auxiliar do processo de circulação. "Se apenas substituíssemos o órgão, o coração novo não aguentaria a pressão sanguínea dos pulmões", explica o cirurgião cardíaco Ronaldo Honorato, um dos médicos responsáveis pelo transplante. 

Honorato - que participou de quatro dos seis transplantes cardíacos heterotópicos realizados no Incor - afirma que o paciente deve passar o resto da vida com os dois corações. "Existem casos em que o coração ‘velho’ melhora e em raras vezes chega a ficar bom, mas, como é um homem de 53 anos, o mais provável é que fique com os dois corações",

Medicina avança nas pesquisas sobre transplantes de coração
Caso de paciente com dois corações é um dos exemplos.
Especialistas também estão aperfeiçoando versão artificial do órgão.

Um homem, que graças ao avanço da medicina, tem hoje dois corações batendo no peito. As inovações tecnológicas estão salvando vidas. Para tratar desses casos extremos, médicos brasileiros estão pesquisando até corações mecânicos e se especializando em cirurgias complexas, que devolvem a vida a quem tinha poucas chances.


O aposentado Laerte Rodella teve um infarto aos 35 anos de idade. “Quatro anos depois, eu precisei fazer ponte de safena. Não deu certo e vim a necessitar de um transplante”, comentou. Os médicos só contaram depois da operação que ele viveria um bom tempo com os dois corações. Isso foi há 16 anos. “Minha recuperação foi excelente. Consigo fazer vários exercícios. Vou à academia e também caminho. Levo uma vida normal”, contou o aposentado. 

No Instituto do Coração de São Paulo (Incor), os médicos acompanham o estado de saúde de outro paciente, que passou pela mesma cirurgia na quarta-feira passada (4). “A próxima semana será uma semana crítica”, alertou um médico. O paciente estava internado há cerca de dois meses à espera de uma chance.

“É um risco muito alto, e o fator determinante nesses doentes é a hipertensão pulmonar. É um doente que está numa fase de adaptação, que foi operado numa situação muito crítica e muito grave. Ele ainda continua numa situação grave, crítica e passando por uma fase de adaptação, que é muito mais de adaptação mecânica de um órgão com outro”, explica Alfredo Fiorelli, diretor do programa de transplantes do Instituto do Coração (Incor). 

Coração artificial 

Nos últimos anos, a medicina tem aplicado recursos de outras áreas de conhecimento para desenvolver técnicas que podem aumentar a sobrevida de pacientes cardíacos. Em São Paulo, por exemplo, pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese usam engenharia mecânica, informática e eletrônica para aprimorar um equipamento que funcionará como um coração artificial. “Nós não projetamos um aparelho que substitua o coração do paciente, e sim que ajude o coração do paciente a bombear o sangue circulando o sangue por seu organismo”, afirma Aron José Pazin de Andrade, doutor em engenharia mecânica. 
Por enquanto, o aparelho está sendo testado em bezerros. Em seres humanos, depois de aprovado, o sistema será implantado logo abaixo do diafragma. Cânulas ligarão um coração ao outro. O sangue será captado dos ventrículos direito e esquerdo e bombeado de volta para o coração natural para as artérias pulmonar e aorta. “Todos esses dispositivos implantados no paciente são auxiliares. Eles acabam deixando o paciente numa forma segura, no tempo que for necessário para fazer o transplante”, acrescenta Andrade. 

Na versão que está sendo estudada, o aparelho usa baterias externas. Elas ficariam ligadas ao paciente, que teria que usar um colete para carregá-las. “A ideia é projetar e desenvolver um sistema de controle e baterias também implantáveis. Aí o sistema passa a ser totalmente implantável”, diz o responsável pela pesquisa. 

Para o especialista José Henrique Vila, que acompanha o quadro clínico de muitos transplantados, o coração artificial está evoluindo muito, assim como outras tecnologias, mas o transplante ainda será a opção por muitos anos. “Eu imagino que, no futuro, medidas de engenharia genética de células-tronco acabarão por serem talvez a solução a longo prazo. Nesse meio tempo, possivelmente o coração artificial talvez fique barato e possa ser uma alternativa também”, diz Vila, coordenador de transplante cardíaco do Hospital Beneficência Portuguesa.

Ele aposta na prevenção. “Cada vez mais precisamos cuidar melhor da saúde para que não precisemos dos procedimentos de alto custo”, afirma. As chances de sobrevida de quem recebe um transplante simples de coração chegam hoje a 90%. No caso de uma cirurgia em que um segundo coração é implantado, as chances são menores. Ficam entre 40% e 50%, porque a operação é bem mais complexa. O período crítico de recuperação do paciente do Incor vai até domingo (8). Superada essa fase, as chances de uma boa recuperação aumentam muito.

A Terapia do beijo



Um beijo é muito mais que lábios fundidos ou línguas entrelaçadas. Os cientistas acreditam que pode determinar o futuro de uma relação e até combater a depressão. A filematologia explica como. 


Lembra-se do primeiro? Olhos nos olhos, mãos suadas, coração acelerado, lábios hesitantes. Tensão e emoção. Num sopro, paraíso ou inferno. Afinal, porque beijamos? Simples: porque queremos. Porque nos rendemos aos afectos e nos deixamos levar pelos impulsos românticos. E, contudo, explicam os cientistas, o fenómeno é muito mais complexo que a simples comunhão de duas bocas, seja no entrelaçar das línguas ou, com menos saliva, na união de dois lábios (ou, para ser mais rigoroso, dois pares de lábios). Por isso criaram a filematologia, a ciência que estuda o beijo e as suas funções.

Como na canção "As Time Goes By", imortalizada em "Casablanca", "a kiss is still a kiss" mas será sempre algo mais que a estrofe em que duas bocas rimam, para usar outra citação famosa. Por detrás de cada gesto escondem-se não só um emaranhado de reacções orgânicas, mas também uma miríade de motivações que nem sempre são óbvias. Beijamos por paixão, mas também por costume, educação, respeito e até por mera formalidade. A própria forma como beijamos varia de acordo com o que queremos expressar. 

Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, as origens do beijo estão num instinto bem mais primário: o das mães primatas mastigarem a comida e a passarem às crias através da boca, um costume que sobrevive ainda em algumas tribos do Planeta. O gesto, especula Morris, terá evoluído para uma forma de confortar crianças esfomeadas quando a comida escasseava e, mais tarde, para demonstrar amor e carinho.

Para outros cientistas, beijar está ligado ao complexo processo de escolha de um parceiro. Quando duas pessoas se beijam, trocam uma série de informações (gustativas, mas também olfactivas, tácteis, visuais e até de postura) que, inconscientemente, as ajudam a perceber o grau de comprometimento do outro na relação. O gesto pode revelar até que ponto se está perante a pessoa ideal para formar família, sendo por isso uma acção fundamental para a sobrevivência das espécies. 

A chave deste fenómeno está no olfacto. Beijar activa a libertação de feromonas que, ao serem detectadas, de forma inconsciente, pelas mulheres, as ajudam a escolher os parceiros que terão uma melhor descendência. A explicação está num conjunto de genes ligados a uma parte do sistema imunitário conhecida como complexo maior de histocompatibilidade (CMH), que, através do olfacto, desempenha um papel fundamental na atracção sexual. Aqui funciona a lei de que os opostos se atraem: elas preferem homens com um CMH diferente do seu, uma escolha influenciada pela Natureza: juntar parceiros com diferentes genes do sistema imunológico fortalece as defesas da geração seguinte, melhorando, assim, as hipóteses de sobrevivência da espécie. 

Talvez por isso, a ciência tem demonstrado que o primeiro beijo pode ajudar a afastar o que as forças do romantismo uniram. O sucesso de uma relação depende, muitas vezes, desse momento único em que os lábios se tocam pela primeira vez. Segundo um estudo publicado na revista científica "Evolutionary Psychology", 59% dos homens e 66% das mulheres admitiram já ter perdido o interesse por alguém após o primeiro beijo.

A investigação revela outros dados interessantes, que vêm confirmar alguns estereótipos sobre os comportamentos sexuais dos dois géneros: os homens utilizam mais o beijo como um meio para atingir um envolvimento sexual e estão mais predispostos a ter sexo sem beijar, com alguém que considerem beijar mal ou mesmo com alguém por quem não se sintam atraídos. Já as mulheres, intuitivamente, tendem a usar o beijo para avaliar o estado da sua relação e o grau de comprometimento do seu parceiro.

O estudo revelou outro dado curioso: os homens preferem beijos mais molhados e com mais contacto de língua. A opção, percebe-se agora, não é ingénua. A saliva masculina contém grandes quantidades de testosterona que podem afectar a líbido das mulheres. Os cientistas baralham outra hipótese: a dos homens terem uma menor capacidade de detecção química e sensorial, precisando por isso de mais saliva para fazer a sua avaliação da parceira.

Igualmente complexa é a equação anatómica e fisiológica de um beijo. O acto põe em acção diversos músculos, cujo número varia em função da intensidade: um beijo carinhoso mobiliza 17 músculos; um mais apaixonado pode chegar aos 29, segundo a tese de doutoramento em Medicina da francesa Martine Mourier, que dedicou as duzentas páginas do seu trabalho aos efeitos do beijo. Outras revelações: a pressão exercida pode atingir os 12 quilos, os batimentos cardíacos disparam dos 70 para os 150 por minuto e são trocadas pelos menos 250 bactérias. Citando um filósofo dos tempos modernos, Duff McKagan, ex-baixista dos Guns N'Roses, "um beijo pode não ser uma coisa higiénica, mas é a maneira mais saborosa de apanhar um germe".

Por isso, ainda que aparentemente inofensivo, beijar pode ser um veículo privilegiado de transmissão de doenças. A lista inclui desde uma simples constipação à hepatite, tuberculose, mononucleose, herpes labial e, em determinadas situações, doenças sexualmente transmissíveis como a sífilis e a sida (caso existam feridas ou cortes na boca).

Por paradoxal que possa parecer, pode também ter efeitos terapêuticos, por exemplo, no combate à depressão. Segundo um estudo realizado no Reino Unido, beijar estimula o cérebro a libertar endorfinas, substâncias químicas que funcionam como uma espécie de 'opiáceo' natural do organismo, proporcionando sensações de prazer, euforia e bem-estar que ajudam a combater a depressão. Quanto mais excitantes e apaixonados os beijos, maiores os benefícios para a saúde. Além disso, baixa os níveis de cortisol, conhecida como a hormona do stress, e pode até funcionar como uma forma de 'vacinação' natural dos bebés: ao beijar o seu filho recém-nascido, a mãe transmite-lhes, de forma diluída e progressiva, os seus germes, desencadeando as defesas do organismo do bebé.

Indiferentes às dissertações científicas, beijamos, sobretudo, pelo prazer de beijar. Porque é, afinal, disso que se trata: de um prazer magnético em que duas almas se unem. Que importa o resto?

Plantas anticolesterois



A planta anticolesterol
Trata-se da brasileiríssima guavirova. Suas folhas têm substâncias capazes de derrubar os níveis de gordura no sangue,



comprovaram cientistas do Instituto de Cardiologia de Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul. Eles recrutaram 39 voluntários com colesterol elevado para testes com cápsulas à base das folhas da planta. “Entre os indivíduos que receberam uma dose de 500 miligramas, houve uma diminuição de 41% nos níveis de LDL, o colesterol ruim”, revela o biomédico Jonatas Klafke, um dos autores do trabalho. “Também notamos um aumento de 21,4% nas taxas de HDL, a versão boa da gordura.” Os pesquisadores querem saber agora que componentes da guavirova prestam tamanho serviço aos vasos sanguíneos. Além disso, pretendem avaliar todo seu potencial contra os radicais livres, moléculas danosas por trás de vários males, e processos inflamatórios. 

A ficha da planta 

Nome científico: 
Campomanesia xanthocarpa. 

Nome popular: 
Guavirova ou guabiroba. 

Onde é encontrada: 
Nos estados do Sul do Brasil, em Goiás e Minas Gerais. 

Partes usadas: 
As folhas, a casca da árvore e o fruto, que é rico em vitamina C e ingrediente de geleias e picolés.




Fonte: Revista Saúde

O limite de cada um


Veja quais são os níveis máximos de LDL* definidos, até o momento, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

Abaixo de 160 
Essa medida é preconizada para pessoas mais jovens e saudáveis, livres de doença cardiovascular, hipertensão e diabete. 

Abaixo de 130 
Vale para quem tem risco moderado de desenvolver um problema cardíaco. Por exemplo, alguém que fuma ou tem pressão alta. 

Abaixo de 100 
Indicado para pessoas de alto risco, que apresentam sinais de placa de gordura nos vasos ou diabete.

Abaixo de 70 
É a sugestão para quem já foi diagnosticado com placas em artérias importantes ou teve trombose, infarto ou derrame. 

Abaixo de ? 
A interrogação é proposital ainda não há um limite mínimo para a concentração de LDL no sangue, isto é, não se sabe qual taxa seria tão baixa a ponto de prejudicar o organismo.

Fatores de risco da trombose

Fatores de risco de trombose:

Ter mais de 40 anos.

Estar acima do peso.

Apresentar varizes nas pernas.

Estar grávida (na gestante o risco é quatro vezes maior).

Estar no pós-parto (as chances, então, chegam a ser até cinco vezes maiores do que na própria gravidez).

Sofrer de problemas congênitos.

Ser cardíaco ou portador de doença crônica pulmonar.

Estar com câncer.

Ter sofrido um acidente vascular cerebral.

Ter fraturado algum membro, especialmente as pernas.

Usar certos medicamentos, como anticoncepcionais e quimioterápicos.

Ter passado por uma cirurgia recente ou, ainda, ter ficado imóvel por muitas horas, como no caso dos passageiros de vôos de longa distância, que acabaram levando toda a fama.



Fonte: Revista Saúde


A melhor idade

É um erro associar o envelhecimento a uma piora inevitável na qualidade de vida. Ao contrário, o ganho pode ser enorme. Afinal, essa é a fase propícia para desfrutar o tempo livre, desde que, é óbvio, a saúde vá bem.

Esse é o fio condutor do livro Como Transformar a Terceira Idade na Melhor Idade (Editora Alaúde), do geriatra paulista Luiz Freitag. 

Com linguagem simples e didática, ele discorre sobre alimentação, sexo, prevenção de doenças e preservação da memória, entre outros temas. "Quanto mais informação, maior será o bem-estar na maturidade", garante o especialista. 

COM A BOLA TODA

Quer um aperitivo do que você vai encontrar no livro? Aqui vão algumas recomendações do expert







Bons hábitos
Parece lugar-comum, mas nunca é demais repetir: alimente-se direito e pratique exercícios físicos para garantir boa disposição.
Divirta-se!
O que não falta agora é tempo livre. Então, procure atividades que lhe dêem prazer — jogar cartas, dançar, ler, viajar, fazer um trabalho voluntário...
Faça sexo
Sim, isso é muito natural e pra lá de bom, sobretudo quando acompanhado de carinho e amor.

 

Exercício mais sono: proteção contra o câncer

Some atividade física regular com um bom descanso noturno e o resultado será um organismo muito mais resistente à doença. Mas, para o cálculo ficar exato, é preciso que esses hábitos estejam sempre associados e na dosagem certa. Saiba por quê





Atividade física acrescentada ao dia-a-dia é igual a uma menor incidência de tumores. Essa conta parecia manjada no meio científico. No entanto, uma novíssima pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, revela que é indispensável somar boas noites de sono para ela ficar redonda. No estudo, quase 6 mil mulheres foram acompanhadas durante dez anos. Ao final desse período, as que incluíam sessões generosas de atividade física na rotina apresentaram uma probabilidade 25% menor de desenvolver qualquer tipo de câncer. E parecia tudo conforme o esperado, até que um panorama diverso foi verificado nas voluntárias que, mesmo suando a camisa, dormiam menos de sete horas por noite, tempo considerado insuficiente para o organismo se recompor de uma jornada — ainda mais aquela que contempla gastos físicos. 

Entre as pessoas que se exercitavam mas não dormiam direito, os pesquisadores constataram um risco até 47% maior de desenvolver um câncer, como se o tiro saísse pela culatra. “Os dados sugerem que o sono tem uma importância ímpar nessa equação”, afirma James McClain, líder do trabalho. A hipótese levantada para explicar a relevância do descanso noturno nessa história toda tem a ver com o envelhecimento celular. “Quem dorme pouco antecipa esse fenômeno. E isso predispõe a inúmeras doenças, entre elas os tumores malignos”, avisa Andrea Bacelar, neurologista da Sociedade Brasileira do Sono. Ou seja, as células de quem não repousa adequadamente à noite perdem sua eficiência rapidamente, abrindo caminho para mutações que podem predispor ao aparecimento de um câncer. O exercício, então, seria outro fator capaz de acelerar esse processo, sem o sono para restaurar o corpo submetido a esforço.

Azeite, guardião das mamas

Protagonista na culinária mediterrânea, o óleo de oliva também não pode faltar no prato das brasileiras. Afinal, ele abriga substâncias que protegem contra um dos tumores mais agressivos que acometem as mulheres


O fio de azeite extravirgem, que vai bem em saladas e pratos quentes, regando o corpo de benefícios como proteger o coração, dá provas de ser capaz de outra façanha: prevenir o câncer de mama. Ela acaba de ser observada em um dos laboratórios da Universidade de Granada, na Espanha. Ali, bem diante dos olhos dos cientistas, seus componentes inibiram a expressão de um gene, o HER2, que dispara a forma mais insidiosa da doença.

“As lignanas e os secoiridoides, moléculas que fazem parte do grupo de polifenóis presentes no azeite, degradaram a proteína responsável por acionar os comandos desse gene”, descreve aos leitores de SAÚDE! o químico Antonio Segura-Carretero, um dos responsáveis pela investigação, conduzida pelo pessoal de Granada em parceria com outros centros de pesquisa espanhóis.

O médico Fernando Moreno, da Universidade de São Paulo, simplifica o que seria esse mecanismo: “Em níveis normais, a proteína associada ao HER2 regula a multiplicação das células mamárias”, diz ele, que pesquisa a relação entre a dieta e o câncer. “Em excesso, porém, ela acelera a proliferação celular, contribuindo para o surgimento de tumores.” É aí que entram os polifenóis. Implacáveis, eles aniquilam o excedente da tal proteína, restabelecendo o equilíbrio.

Em tese, essa proeza tornaria o azeite aliado inclusive das mulheres que enfrentam um câncer desses.“Desacelerar a atuação do HER2 significa dificultar o crescimento de um tumor já existente”, diz a nutricionista Andressa Neves, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo.

Nem Andressa nem os espanhóis sabem afirmar, por enquanto, qual deveria ser o consumo diário para tirar esse proveito. O que todos os pesquisadores do mundo têm absoluta certeza é de que uma porção moderada de óleo de oliva diariamente faz bem no sentido de afastar a doença ou evitar que avance rapidamente. Até porque os polifenóis têm outra propriedade importante: “São tremendos antioxidantes, isto é, barram os radicais livres”, lembra o farmacêutico-bioquímico Jorge Mancini, da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, em São Paulo. Esses radicais, ao longo do tempo, danificam o DNA — e a ciência sabe que esses danos, somados, representam o início do caos, que é o câncer.

Outra certeza é de que, do ponto de vista da prevenção de tumores de mama, de nada adianta se empanturrar de qualquer azeite. “Só vale o extravirgem, aquele puro, extraído a frio”, ensina a nutricionista Silvia Cozzolino, daFaculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. “Os outros azeites passam por aquecimento e processos industriais que inativam parte dos polifenóis”, justifica. Também não adianta comer um peixe mergulhado no ingrediente hoje e nadica de óleo de oliva no dia seguinte: o consumo de extravirgem para as mulheres que se cuidam deve ser contínuo, ou seja, um fio deliciosamente derramado sobre o prato de todo dia.





Fonte: Revista Saúde


PARE DE FUMAR!!

Por que é tão difícil parar de fumar?

Em primeiro lugar porque o tabagismo é uma doença e, como toda doença, é preciso ser tratada - não dá para simplesmente desistir de tê-la. Culpa da nicotina, substância que causa a dependência. Ela provoca alterações no sistema límbico - região do cérebro que comanda as emoções e as necessidades básicas do corpo, como comer e dormir. "São essas mudanças na estrutura cerebral que despertam a vontade de dar mais uma tragada, necessidade que se repete várias vezes ao dia", conta o pneumologista Ciro Kirchenchtejn, que comanda o Ambulatório Antitabagismo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista. 

A presença da nicotina na massa cinzenta diminui a produção natural de neurotransmissores que dão a sensação de prazer, como a dopamina e a serotonina. Sem contar tanto com elas, para o corpo voltar a se sentir bem, ele vai precisar da droga. A forte sensação de desprazer e outros sinais desagradáveis que ocorrem na ausência de nicotina é conhecida como síndrome de abstinência, um dos fatores que mais dificultam parar de fumar. "Quem consumia um maço por dia, por exemplo, enfrenta umas 20 crises de estresse diariamente por falta dessa substância", completa. Isso sem falar nadependência psicológica, a falta que faz o velho hábito de estar com o cigarro por perto. Não é à toa que a maioria dos tabagistas simplesmente não consegue se livrar do vício na primeira tentativa. Cerca de 80% dos que param pra valer só são bem-sucedidos depois de tentar cinco vezes. Por isso, se você já tentou apagar o cigarro do seu cotidiano sem sucesso, não desista.


Como parar de fumar?

É óbvio, mas vale frisar: largar o cigarro depende, em primeiríssimo lugar, do desejo do fumante. É ele quem deve enumerar os inúmeros benefícios da decisão e preparar estratégias para superar os sintomas da abstinência que funcionem no seu caso. “A força de vontade é o alicerce para acabar com o vício”, afirma o psiquiatra e psicoterapeuta Cláudio Pérsio Carvalho Leite, diretor de uma clínica antitabagismo de Belo Horizonte, Minas Gerais. “Sem ela, o que já é difícil fica impossível”, completa. 

Quem pretende abandonar o vício sozinho vai se defrontar com o embate entre o desejo de parar e a necessidade, tanto psicológica como fisiológica, criada pelo cigarro. “O fumante deve marcar uma data, elaborar um plano e ainda considerar as possibilidades de procurar orientação médica e utilizar medicamentos”, recomenda o especialista Montezuma Pimenta Ferreira, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. “É bom ir reduzindo em 20% o número de cigarros tragados a cada semana até chegar ao dia estabelecido, aquele de zerar o hábito de vez.” 

Também é importante buscar alternativas quando bater aquela vontade de dar suas baforadas. Vale tudo: fazer atividade física e exercícios de respiração, cantar, rabiscar... Você precisa evitar os gatilhos, as situações que propiciam a recaída: tédio, estresse, companhia de outros fumantes, bebidas alcoólicas e café. Para fechar o cerco à síndrome de abstinência, peça a ajuda (e a paciência) da família e dos amigos. Além, é claro, de tirar de cena objetos que lembrem o vício, como cinzeiros. 

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Prepare-se para dar adeus ao fumo

Sem um bom treino para vencer essa luta, as tentativas em geral são infrutíferas. E a arma mais importante para evitar frustrações é a informação. “O fumante deve estar consciente de que é um dependente e que a briga vai ser dura, mas que ele pode, sim, sair vitorioso”, diz a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, do Ambulatório de Antitabagismo do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo. 

O primeiro passo é marcar uma data e espalhar a notícia para familiares e amigos. “Assim você assume um compromisso com as pessoas de quem gosta e isso vai ser um incentivo a mais para persistir na batalha”, afirma Ricardo Meireles, técnico antitabagismo do Instituto Nacional do Câncer, o Inca. 

A etapa seguinte é pensar em estratégias sobre como parar de fumar: vou usar esse ou aquele método? Devo ou não tomar remédio? Será que é melhor buscar ajuda profissional? Consigo enfrentar a barra sozinho? Pergunte-se também quais são os gatilhos que o levam a acender um cigarro. 

Se você fuma para aliviar a tensão, por exemplo, o ideal é que evite ficar estressado durante a abstinência. Vale até procurar um médico, que poderá receitar um antidepressivo. “Para quem sente muita falta de segurar o cigarro, a recomendação pode ser manter as mãos ocupadas com outras coisas, como canetas ou elásticos”, explica Jaqueline. Outra boa dica é conversar com ex-fumantes. Eles vão contar como foi esse processo, o que fizeram para conseguir, qual o método que usaram. Os especialistas também sugerem que você escreva os motivos que o levaram a tomar a decisão e listar os benefícios que ela trará à sua vida. Lembre-se de carregar esse papel sempre com você. E aí, quando bater aquela vontade de jogar tudo para o alto e botar o cigarro na boca, leia o texto com atenção.

Bate, bate, coração


A quantas anda seu baticum durante o exercício? Trate de saber se quer perder peso pra valer

Toda e qualquer atividade física – não só as esportivas – ativa o metabolismo e leva ao gasto energético. Até mesmo as mais prosaicas, como escovar os dentes. Mas, claro, o consumo diário vai depender da modalidade e da intensidade do exercício. Quem quer emagrecer deveria prestar atenção na freqüência cardíaca durante a corrida ou caminhada, exatamente como fazem os que se preocupam só com o condicionamento cardiorrespiratório. “O ritmo dos batimentos indica o quanto de gordura o corpo está queimando”, justifica Luciana Angiolucci, professora de educação física na Academia Curves, em São Paulo. Mas atenção: isso não significa que você tem que se esfalfar na esteira. Suar a camiseta não emagrece. Então, não se engane se, ao subir na balança após o exercício aeróbico, o ponteiro apontar para baixo. O que você eliminou, na verdade, foi apenas água e sais minerais. Basta ingerir o primeiro copo do líquido e pronto: ele é reposto e o peso volta ao normal.


Para derreter a gordura, os batimentos devem ficar entre 60 e 75% da sua freqüência cardíaca máxima. Quem desrespeita esse limite fica sujeito a um mal-estar súbito – de um desmaio a um problema cardiovascular. É fácil calcular qual a intensidade mais adequada ao seu caso. Basta fazer esta conta bem simples: 220 – idade x 0,60 ou 0,75. O número obtido refere-se aos batimentos cardíacos que você deve atingir em 1 minuto de atividade. E, para a queima calórica, você tem que se exercitar no mínimo três vezes por semana durante meia hora. Você há de convir que não é nenhum sacrifício, certo? “É claro que o emagrecimento depende do metabolismo individual, mas, em geral, pode-se perder cerca de 2 quilos ao final de três semanas”, diz Luciana Angiolucci. 

Importante: seja qual for a sua idade, consulte um cardiologista antes de iniciar seu programa de atividade física. Assim, além de atingir o peso dos sonhos, você garante a saúde do coração.

Tomate roxo contra o câncer

Nenhum outro vegetal esbanja tanta antocianina, aquela substância que afasta também doenças cardiovasculares, obesidade, diabete, mal de Alzheimer e doenças neurodegenerativas


Por enquanto, essa variedade – fruto da engenharia genética – é apenas uma promessa, pelo menos no Brasil. Mas os antenados em nutrição já podem ir se animando com a perspectiva de contar com essa que será uma fonte riquíssima de antocianinas, uma categoria de antioxidantes que pertencem à classe dos flavonóides. Você já deve ter ouvido falar nessas substâncias. Elas ficaram célebres por afastar certos tipos de câncerdoenças cardiovasculares e males degenerativos associados à idade. E há evidências de que tenham ação antiinflamatória, favoreçam a acuidade visual e afastem doenças como obesidade e diabete.

Os experimentos foram realizados no 
John Innes, um centro de excelência em pesquisa em ciência de alimentos, localizado em Norwich, na Grã-Bretanha. Os estudiosos de lá isolaram dois genes responsáveis pela pigmentação das bocas-de-dragão, planta orquidácea do gênero Epidendrum, e os introduziram no tomate. “O resultado é um fruto de cor púrpura com os mesmos pigmentos encontrados no mirtilo, só que em quantidade três vezes maior”, conta Eugenio Butelli, líder da investigação. Além das análises laboratoriais, testes com cobaias mostraram que aquelas que ingeriram um pó feito do extrato do tomate roxo tiveram uma sobrevida maior do que os ratos que receberam uma dieta convencional. Os testes clínicos, porém, ainda não estão sendo considerados. O que significa que não há nenhuma segurança de que o novo alimento não tenha efeitos tóxicos nos seres humanos. Mas, como os próprios cientistas admitem, ainda não se conhece a toxicidade do novo alimento sobre o organismo humano. E os testes clínicos ainda estão longe de serem considerados.

A nutricionista Vanderlí Marchiori, de São Paulo, mostra-se animada com a perspectiva de mais essa fonte de antocianinas entre nós. “Principalmente porque a recomendação de incluirmos na dieta cinco porções de vegetais por dia não é seguida à risca. Então, um alimento tão generoso nesses fitoquímicos pode compensar a deficiência.” E enquanto o tomate roxo não chega? “Desfrute do açaí e da berinjela – que também esbanjam o pigmento poderoso”, responde.