Meningite

Dor intensa pode indicar meningite

Infectologistas recomendam que, na suspeita 
da doença, o paciente procure um médico

Diário OnLine
Dor de cabeça intensa, vômito freqüente e febre. Os sintomas - que muitas vezes podem parecer de uma doença comum_ são os principais alertas para que o paciente corra para um médico para verificar se tem meningite. A recomendação dos profissionais é que o paciente não se automedique. 
Os especialistas explicam que a meningite é tratada com antibióticos, em altas dosagens, que são aplicadas diretamente na veia do infectado. ‘Se o paciente toma um antibiótico por conta própria, a dose baixa só atrapalha na recuperação’, afirma o infectologista Orlando Jorge Gomes da Conceição, 45 anos, do Hospital São Luiz. Normalmente, afirma o médico, o doente precisa ficar internado no hospital para se tratar. 
A divulgação de casos recentes de pacientes com meningite, principalmente no Guarujá (87 km de SP), que admitiu neste mês ter um surto da doença após a morte de uma criança e cinco doentes confirmados, tem causado preocupação. Os médicos afirmam que, se descoberta logo no início, a meningite não traz seqüelas e diminui consideravelmente o risco de morte dos pacientes. 
A meningite _inflamação das meninges_ pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos (veja os tipos ao lado). O médico infectologista do Hospital Albert Einstein, Luís Fernando Aranha Camargo, 45 anos, diz que o exame para detectar se o paciente tem ou não meningite é feito em hospitais, onde é realizado o exame de líquor (retirada de um líquido da medula espinhal). ‘O procedimento é simples, pouco doloroso e o diagnóstico é eficaz e sai em algumas horas’, explica. 
Qualquer pessoa pode ter meningite, mas a doença é mais comum em crianças e jovens. Os idosos, afirma o médico, geralmente tem a meningite pneumocócica. 
Ele explica que a meningite pneumocócica oferece mais risco do paciente ter seqüelas como surdez, paralisia cerebral e dificuldade no aprendizado. O tipo meningocócico é o que causa mais mortes de pacientes. Essa meningite, que é transmitida com mais freqüência de uma pessoa para outra, é considerada pelos médicos a mais fácil de ser tratada, desde que a doença seja descoberta logo. 
A meningite é transmitida pelo ar ou pelo contato direto com pessoas doentes. No calendário de vacinação do país, está prevista apenas a vacina contra a meningite por hemófilos. Para se prevenir contra a pneumocócica e meningocócica, o paciente tem de procurar a rede particular para se imunizar. A vacina contra a meningocócica é usada apenas em casos de surto. Em 2007, a Secretaria de Estado da Saúde registrou 9.488 casos de meningite e 473 mortes. O número é menor em relação a 2006 quando foram 9.548 casos e 935 mortes.(GB) 

Desinformação deixou seqüelas em criança 

O menino Pedro Arthur, 4 anos, teve meningite pneumocócica quando tinha apenas um ano e seis meses. Pela falta de informação, a descoberta da doença foi demorada e a criança teve seqüelas. 
O pai do menino, Rodrigo Diniz, 33 anos, disse que descobriu a doença depois de o filho ter uma sinusite. ‘Nós não fomos informados do perigo’, afirma Diniz, que montou um instituto para divulgar os riscos e como prevenir a doença. 
Diniz lembra que o pediatra do filho não descobriu logo a meningite. A criança teve uma lesão na medula que o deixou tetraplégico e respirando com a ajuda de aparelhos. 
Os pais de Pedro fazem um abaixo-assinado para conseguir apresentar um projeto de lei para que o governo ofereça todas as vacinas contra a meningite nos postos. ‘Tivemos uma segunda filha e pagamos para que ela tivesse todas as vacinas’, comenta. 

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